DESENHO COMO REMÉDIO







Desenho como remédio começou durante um período de tratamento em que me foi receitada uma quantidade enorme de medicamentos, apesar de estar sofrendo de uma dor de garganta comum. Essa obrigação de me medicar provocou um profundo incômodo. Olhando para aquelas caixas e cartelas, comecei a  questionar sobre o quão universal e icônica é a linguagem gráfica das embalagem de remédios. Utilizando o desenho como estratégia de resignificação dessa experiência, passei a trabalhar sobre aquelas imagens que estavam tão dentro do meu cotidiano durante o período da doença.

Entendo Desenho como remédio não como uma série de desenhos independentes, mas como um só desenho, uma linha narrativa, fruto de um olhar documental, autorreferente e auto-etnográfico. Estas imagens “mudas”, quando justapostas fazem surgir uma narrativa oculta, sutil, uma espécie de autorretrato de minha saúde.

A série foi selecionada para a Bienal Caixa de Novos Artistas e ficou em exposição itinerante nas sedes da Caixa Cultural nas cidades de Curitiba, São Paulo, Brasília, Fortaleza, Recife, Salvador e Rio de Janeiro, entre 2015 e 2016.






FICHA TÉCNICA


Técnica: aquarela, caneta marcador, lápis e lápis aquarelável sobre sobre papel
Dimensões: dimensões variáveis
Ano: 2014-presente
Fotos reprodução: Marcelo Armesto